Está à venda o jardim das cerejeiras
a partir da peça de Anton Tchekhov

“Está à venda o jardim das cerejeiras”, anuncia a personagem de Lopakhin, cuja meteórica ascensão social e econômica – de camponês a rico comerciante – simboliza as transformações profundas vividas na Rússia ao final do século XIX.
“Está à venda o jardim das cerejeiras”, último verso do poema Branca de Neve Despede-se dos Sete Anões, do poeta espanhol Leopoldo María Panero. Está à Venda o Jardim das Cerejeiras, vaticínio que ecoa ainda hoje com outras vozes, gestos e imagens – uma livre adaptação de Os Cênicos Cia. de Teatro e do LABator (EBA/UFRJ) da peça O Jardim das Cerejeiras, de Anton P. Tchékhov (1860-1904).
A peça O Jardim das Cerejeiras é estruturada em 4 atos e tem seu momento culminante no 3° ato, quando Liubov oferece um baile enquanto sua propriedade está sendo leiloada na cidade vizinha. A festa termina com o anúncio de Lopakhin, filho de um antigo servo da propriedade, de que é o novo dono do jardim das cerejeiras.
A proposta da encenação foi aliar narrativa e drama em uma costura que envolve a peça de A. Tchekhov e outras referências textuais que discutem a dramaturgia do autor assim como os temas presentes no universo tchekhoviano. Além de O Jardim das Cerejeiras compõe o roteiro cênico: cartas do próprio Tchekhov e trechos de outras peças do autor, cartas de Konstantin Stanislavski, textos teóricos de Walter Benjamin, Georges Banu, Leonid Andreiev, Carlo Guinzburg, Alexander Kluge, Sergio Pitol, Angelo Maria Ripellino, Peter Sloterdijk.
